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segunda-feira, 9 de abril de 2018

Pudico



Venho a tua procura amortizar o desejo em teu beijo, ósculo que não escolhe mas acolhe todo desejo, seja onde os versos verbalizam ou onde, chuva dourada e gozo, expõem essências de tua intimidade de fêmea. 

 Mesmo assim resisto a ti, ao teu magnético sorriso e devorador olhar, que retorcem minhas entranhas de tantos desejos, retidos nesta clausura cristã, que dogmático, vandalizo espírito e pensamentos, entrelaçados entre os pubianos laços de tua sacrílega fonte. 

 Quanto a mim, acorrentado, sacio a sede desta paixão na solidão das faiscantes tardes e na ciranda infinda de desejar-te num inesgotável anseio de  devorar-te.




                        J  R  Messias

Calor

Teu suor, que meus lábios

degustam na avidez deste abraço

partilhado no calor desta paixão,

onde sêmem e transpiração, mesclam-se

vorazes neste ato de lasciva agonia

por um clímax que desejamos, seja eterno.


Teus lábios (importam quais?), secretam

sumo, seiva e saliva, sorvidos no acoplar

de nossos desejos, na impaciência dessa obsessão.


Teu gozo, um concreto substantivo que nutre

corpo e alma e converte esta carnal abundância,

em um ciclo  de profuso de  ardente replicar,

onde nossos apelos, verbalizados entre olhares e carícias,

projetam-nos em direção as inquisitivas chamas da paixão,

emoldurada nos alicerces dessa bendita sofreguidão




                              J R Messias

domingo, 20 de março de 2016

Enfático

Resultado de imagem para enfáticoO amargo sabor
deste calejado
tempo imutável,
recolhe brisas
advindas do calor 
emanado deste cáustico viver,
roteirizado em  laudas
prenhes de um discurso 
destilado e destinado a 
atingir o âmago
deste sentimento que,
embora retrátil na aparência
e tênue por excelência,
mantém-se monolítico
em sua essência
e proscrito por tua impaciência,
de uma espera inoculada
por um longevo permutar
de amor e carinho, trocados,
apenas, por nosso saudoso olhar.


                            J R Messias

terça-feira, 15 de março de 2016

A geografia de uma paixão

A maré deste sentimento,
que converge nos solstícios
temperados pelo verão equatorial,
coloca-me entre meridianos
na divergência destes trópicos,
alternando polos em escala sísmica.
tanto que só nos equinócios,
em uma desesperada rotação,
"translaciono" o teu ser,
numa revolução cuja latitude,
hemisférica e equatorial,
conduz-me a uma longitude
sem paralelos neste meu meridiano querer,
que traço na sinuosa hidrografia de nossos sentimentos
e no vazio dessa demografia amorosa,
buscando, na batimetria dessa paixão,
descobrir quão pelágico é
este urbano amor que por ti nutro
e numa  escala altimétrica,
mensurar o tamanho de teu querer.


                                 J R Messias

segunda-feira, 14 de março de 2016

Whisper

És como um talismã,
que arranca o mau augúrio 
deste infausto e desencontrado amor,
com o qual, presenteaste-me 
no apanágio deste cinquentenário viver.

Por isso, deleito-me nesta paixão 
que subjaz em uma ternura secreta,
que queima, contínua e ocultamente,
nos escaninhos de meu coração,
codificada, de tal forma que só
tu decifras em meus gestos,
meu sorriso e em meu olhar. 



                      J R Messias

Lirics

A simplicidade do amor
contrasta com a complexidade da paixão
onde, no amor encontramos a pétala, a flor,
na paixão, dor e servidão.

No amor, os caminhos são lógicos, idílicos
no pulsar de dois corações sincrônicos
mas na paixão, as senda são tortuosas
onde se carregam certezas duvidosas ...

Na poesia que é o amor
das estrofes, gotejam alegrias
nas de uma paixão,
rimam angústias e aleivosias.

Escuridão,
que a paixão nos deixa levar,
mas que no amor, nos faz brilhar
pois se a paixão lega-nos incerteza
o amor, pureza e beleza.


                  J R Messias

XX

Resultado de imagem para grilhões do prazer feminino



Tantos segredos,
sincréticos, sagrados e sacrílegos,
possui tua alma sapiente
que serpenteia, entre devaneios
concretos e empíricos,
a ponto de nos exorcizar 
de nossas infinitas e inclementes formas
de amá-las, possuí-las  e por fim, subjugados,
servi-las  como incautos idólatras,
de vossas corpóreas matizes e
das abissais fontes de vossos desejos,
a nos remeter, pobres e apaixonados varões,
a mergulhos em mortal apneia,
nas indecifráveis e infinitas formas 
de traduzi-las, atados que estamos,
aos grilhões dessa indizível 
e eterna paixão por vocês, mulheres.



                                     J R Messias